No portal da UnB está o texto abaixo bastante elucidativo sobre a importância e abrangência da Filosofia. Se deseja trilhar pelos caminhos da sabedoria e do conhecimento mais abrangente, leia o texto, quem sabe ele pode te ajudar na decisão.
O saber pensar
Já se foi o tempo em que o filósofo passava as horas olhando para o céu, “tendo idéias” – se é que algum dia foi assim. O bacharel em filosofia ou filósofo por profissão é na verdade um cientista dentro da academia, conforme define o professor Wilton Barroso Filho, diretor do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB) até 2004. “Muita gente entra com aquela idéia meio mística do filósofo, mas não é assim. Escrevemos artigos, damos palestras, pesquisamos temas bem específicos. Por essas e outras, acredito que a inclusão da disciplina na prova do vestibular vai significar, em médio e longo prazo, uma verdadeira revolução na área”, conta.
Em 1968, a filosofia foi retirada de todos os vestibulares do país. Em 2004, a UnB foi a segunda universidade pública a reintroduzir a disciplina no exame de admissão. Barroso Filho acredita que os reflexos de tal exigência sobre o ensino médio servirão para preparar um solo cultural muito mais fértil. Não só para a universidade, mas para o pensamento brasileiro – o país precisa disso para fortalecer sua própria filosofia.
A abertura de um novo nicho de mercado para os diplomados em Filosofia – o de professor no ensino médio – é uma nova possibilidade. A UnB realizou, ao longo de 2003 e 2004, sondagens junto às escolas públicas e particulares a respeito da possibilidade de incluir esses novos docentes nos quadros de professores. Ficou constatado que, apesar das dificuldades financeiras, a receptividade aos professores-filósofos seria excelente. A próxima etapa é consolidar parcerias com as instituições de ensino médio para acrescentar o estágio nas salas de aula como parte do currículo para a licenciatura em Filosofia. A opção de graduar-se na licenciatura – disponível na UnB – qualifica o profissional para atuar nas salas de aula de ensino médio.
Já o bacharelado em Filosofia abre as portas para a carreira acadêmica, o que foi a escolha do professor Barroso Filho. Por esse caminho, o bacharel (e posteriormente mestre, doutor) aprofunda o conhecimento em áreas específicas do vasto espectro coberto pela filosofia. A UnB oferece mestrado e planeja dispor de doutorado em breve. As principais linhas de pesquisa no departamento são em epistemologia (teoria do conhecimento), lógica, filosofia da linguagem, pós-modernidade, filosofia medieval e, ainda incipiente, estética (filosofia da arte).
Mas o profissional não precisa restringir-se às salas de aula ou ao universo acadêmico, se não quiser. Os filósofos são valorizados como assessores de políticos e empresas. Barroso Filho descreve uma experiência que considera emblemática. “Há alguns anos, assisti a uma defesa de tese de mestrado no Canadá. Conversando, pouco depois, com o mestrando, quis saber sobre os planos dele em relação à sua carreira na academia. Ele não tinha esses planos. Estava indo para Nova Iorque, trabalhar no departamento de pessoal de uma multinacional”.
Isso se deve à sólida formação cultural proporcionada pela Filosofia. Na atualidade, existem filósofos trabalhando em áreas como a inteligência artificial – com estudos no campo filosófico da lógica – e a bioética. As atividades que absorvem os filósofos são cada vez mais numerosas. Isso acontece, segundo Barroso Filho, graças ao retorno da democracia ao continente a partir dos anos 1980 – e, com ela, a liberdade para o pensar.
A democracia é foco da pesquisa de outro filósofo e professor da UnB, Cláudio Reis. Especialista em ética e filosofia política, além de ensinar, Reis é consultor legislativo no Senado Federal, onde elabora projetos de leis, estudos técnicos e pareceres. “A filosofia me deu grande flexibilidade para o trabalho que realizo no Congresso Nacional. Tanto em termos das habilidades que desenvolvi ao longo dos estudos quanto de conteúdo. No meu caso específico posso levar questões do Senado para a sala de aula e vice-versa”.
O curso de filosofia dura, em média, oito semestres. Para dupla habilitação em licenciatura e bacharelado, pouco tempo mais, a depender da quantidade de créditos que o estudante tenha ao se formar na primeira habilitação. O quadro de docentes da UnB é notável. Dos 12 professores, 11 são doutores. Três, aliás, são estrangeiros. Para Barroso Filho, essa é uma grande vantagem. É fundamental estar em contato próximo com o pensamento no resto do mundo.
Saiba mais
Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Humanas (IH)
Campus: Plano Piloto
Habilitações: Bacharelado e Licenciatura Plena
Turno: Diurno
Número de semestres: 6 (mínimo) / 14 (máximo)
Fonte: Portal da UnB - Filosofia
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