quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

As novas Tecnologias, o Ser Humano e a Natureza


"Nossa tecnologia passou a frente de nosso entendimento, e a nossa inteligência desenvolveu-se mais do que a nossa sabedoria." - Roger Revelle

Respondendo a um fórum de um blog de um amigo em Cascais/Portugal, intitulado “as novas tecnologias estão a isolar as pessoas”, eu fiquei um tanto pensativo e depois respondi a ele da seguinte forma: a tecnologia, entendida em seus diversos aspectos, é muito importante para a humanidade, no entanto, a percepção que temos é que não é a tecnologia que está a serviço do Homem, mas o Ser Humano (em sua maioria) é que está a se sujeitar à tecnologia de uma forma acrítica, sem pensar profundamente ou eticamente nos efeitos dessa sujeição. Estamos vivenciando uma derrocada, na prática, de todos os valores metafísicos e nos deixando levar por ateísmos radicalizados em sua forma, relativismo amplificadores das mazelas humanas, fundamentalismos, e como conseqüência, temos terrorismos, violências, descasos sociais, ampliação das disparidades sócio-econômico-culturais e aumento do fosso entre nós e a Natureza e tudo isso se fundamentando, entre outros fatores, nos ditos avanços tecnológicos. Está aprofundando cada vez mais o distanciamento entre as relações humanas. A exemplo disso temos que na construção civil o que mais se constrói são as chamadas quitinetes. Cada dia mais as pessoas buscam deixar seu espaço-casa confortável, em matéria de tecnologia, para, a distância, vivenciar a realidade sem ter que sofrer com suas decorrências negativas. As pessoas estão se fechando em si mesmas numa ditadura do EU subjugado ao comando do Outro (entendendo outro aqui como qualquer fator de alienação e dominação da nossa capacidade de decisão e liberdade). Assim, podemos concordar com o pensador Karl Jaspers, pois segundo ele a humanidade está vivenciando seu auto-esquecimento perante os favores advindos da dita modernidade. Alguns autores até já falam em pós-modernidade e vêem nessa uma desestabilização da casa-mãe-terra que é fruto desse comportamento de usufruto dos resultados da tecnologia sem um controle criterioso e benéfico para a própria espécie de forma sustentável e que beneficie as próximas gerações. Necessitamos urgentemente de um retorno ao que mais nos diferencia dos seres animais os quais estão condicionados a somente viver biologicamente, Que retorno seria esse? Um retorno ao sentir-se, saber-se e manter-se humano em prol do humano, da Natureza (fauna e flora), pois isso é existir e existir conscientemente, zelando pela própria liberdade, escolha e zelando, também, pelo espaço de liberdade e escolha do outro, favorecendo uma existência mais vinculada, mais afetiva, menos segregadora, mesmo convivendo e avançando no campo da tecnologia e suas variantes. Devemos zelar pela nossa casa maior que é a Naturreza e por toda a sua biodiversidade. O que você pensa sobre isso? Use o espaço comentários e expresse sua opinião, pois será um prazer debater contigo leitor amigo.

4 comentários:

Francisco Castelo Branco disse...

Acho que as novas tecnologias estão a tirar tempo ás pessoas. De conversar, de ler, de socializar, de conversarem mais....

Nos dias que correm, estamos demasiado dependentes delas. Vivemos como não pudessemos viver sem elas.

Também as novas tecnologias estão a isolar as pessoas.
Ficam fechadas em frente ao pc, tv, telemovel.

Quando poderiam estar a falar uns com os outros.

as novas tecnologias podem criar novas relações.
Mas serão sempre "virtuais"...

Zephyr disse...

A tecnologia é um bem. Se o homem faz mal uso dela, o problema está no homem... possuímos tecnologia suficiente para que se acabe de vez com fome mundial; Mas isto não é o que acontece. Resta-nos perguntar o porque. A questão a ser respondida só não é tão simples como parece porque envolve atribuições filosóficas profundas. Estabelecendo uma sociedade nos preceitos de Marx, retirariamos , por consequência qualquer relação entre homens aos quais se baseie no mérito. Isso significa que, o médico ao qual estudou anos e anos e que passa as madrugadas acordado, deveria, pois, receber o mesmo salário de um taxista.
E, para que os filhos sejam criados em "iguais" e "sadias" condições, deveria-se pois , separa-los dos pais a fim de se evitar que um saia em benefício ou prejuízo do outro.
Logo, com esta situação,se desestimularia nos homens a necessidade do estudo, e também evitaria que eles se dispusessem a realizar trabalhos pesados: tais como um de um pedreiro ou de um gari.
Analisando o pensamento de Sartre, mais complicado ficaria, uma vez que sua teoria moral é baseada no conceito de liberdade ( o que a torna suprema), cabe bem dizer que se da liberdade tudo provém, os homens estão na miséria simplesmente porque querem. Ora,aqui a filosofia do escravo de Hegel bem se encaixa;
desculpa a brevidade das palavras. Estou um pouco sem tempo. Legal a idéia do blog. até

André e Clairen disse...

Concordo com o comentário acima no quesito que, a tecnologia não é utilizada de forma correta.
Somos seres humanos sem humanidade, individuais e imediatistas. O futuro sempre fica para o futuro, como se nunca fosse chegar.
Necessario seria uma mudança nao no governo, ou na escola, empresa, mas sim uma mudança de mente de cada individuo, de forma que nao seja necessario sofrer algum dano para tornar-se solidário a dor do próximo. Levando esse pensamento para o texto, mudando a mente antes de sofrer o dano, não permitiríamos ter máquinas nos separando do mundo físico (pessoas, contato humano, solidariedade) muito menos esperar o aquecimento global, descongelamento das calotas polares, entre outros para COMEÇAR a pensar em desenvolvimento sustentável.

Unknown disse...

Olá, meu querido gostei muito do seu texto delineia muito bem o que está acontecendo com a nossa chamada sociedade pós moderna. Sou estudante de filosofia curso de licenciatura e tenho pesquisado sobre ese importante tema as tecnologias no ensino da filosofia. É muito bom poder beber do conhecimento de pessoas assim com vc. Deus ti abençõe!!